Tabela do Brasileirão 2008

Vasco 1 x 2 Volta Redonda





Vasco tropeça no Volta Redonda mas se classifica para a semifinal

Na tarde deste domingo (30/03), o Vasco perdeu para o Volta Redonda por 2x1, em São Januário, pela 7ª rodada da Taça Rio. Apesar do resultado, o time cruzmaltino garantiu a classificação para as semifinais do 2º turno. O gol foi marcado por Alan Kardec.

O Vasco volta a campo nesta quinta-feira (03/04) pela Copa do Brasil, quando o recebe o Bragantino às 19h30 em São Januário. Pelo Campeonato Estadual, o Gigante da Colina enfrenta o Flamengo no próximo domingo (06/04), às 18h10, no Maracanã.

O jogo

Jogando em casa, o Vasco abriu o marcador na primeira finalização da partida. Aos 14 minutos, Leandro Bomfim cruzou e Alan Kardec cabeceou sem chances para Lugão. O Volta Redonda correu atrás do prejuízo e quase chegou ao empate aos 16 minutos. Fábio entrou livre e bateu. Tiago espalmou e no rebote o próprio Fábio cabeceou para nova defesa do goleiro vascaíno. Três minutos depois, veio o empate. Deni recebeu na área e bateu na saída de Tiago. O time cruzmaltino quase desempatou aos 22. Morais puxou o contra-ataque, correu por toda a intermediária e tentou encobrir Lugão, que fez a defesa. Aos 43, o goleiro do Voltaço voltou a aparecer. Alex Teixeira ganhou a jogada na área e bateu rasteiro. Lugão espalmou no canto esquerdo.

Na volta do intervalo, o goleiro do Volta Redonda protagonizou uma jogada semelhante. Alex Teixeira invadiu a área e teve o chute defendido por Lugão. Dois minutos depois, Edmundo dominou e virou de primeiro. Lugão salvou o Voltaço. Depois de perder oportunidades, o Vasco foi penalizado com um gol do adversário aos 23 minutos. Marcinho de longe acertou um belo chute no ângulo de Tiago.

A equipe cruzmaltina correu atrás da nova igualdade mas não teve sorte. Aos 31, Lugão espalmou a falta cobrada por Leandro Bomfim. Aos 33, Eduardo Luiz cabeceou livre e a bola passou tirando tinta da trave direita. O lance mais incrível aconteceu aos 40 minutos. Edmundo bateu falta, Lugão soltou e Souza acertou a trave.

Ficha técnica: Vasco 1 x 2 Volta Redonda
Local: São Januário
Árbitro: Antônio Frederico de Carvalho Schneider (RJ)
Assistentes: Jorge Luís Campos Roxo (RJ) e Eduardo de Souza Couto (RJ)
Cartões amarelos: Xavier, Edu e Morais (Vasco); Ives, Lugão e Marcinho (Volta Redonda).
Gols: Alan Kardec aos 14 e Deni aos 19 minutos do 1º tempo; Marcinho aos 23 minutos do 2º tempo.

VASCO
Tiago, Marcus Vinícius (Souza), Eduardo Luiz, Jorge Luiz e Edu (Ernane); Xavier, Leandro Bomfim, Morais e Alex Teixeira (Jean); Edmundo e Alan Kardec. Técnico: Alfredo Sampaio.

VOLTA REDONDA
Lugão; Alemão, Carlão e Dedé; Renan, Alexandre, Ives (Luizinho), Lecheva e Marcinho (Pedrinho); Fábio (Gláuber) e Deni. Técnico: Alexandre Gama.

Vasco 2 x 0 América








Vasco vence o América por 2x0 em São Januário

Na noite desta quinta-feira (27/03), o Vasco venceu o América por 2x0, em São Januário, pela 6ª rodada da Taça Rio. Os gols foram marcados por Leandro Bomfim e Jean. Com o resultado, o Gigante da Colina chega aos 15 pontos e está muito perto da classificação para as semifinais do 2º turno. O time cruzmaltino tem 6 pontos de vantagem sobre Madureira e Americano, 3º e 4º colocado, e possui um saldo de gols bastante superior: 14 contra -1 do Tricolor Suburbano e -2 do Americano.

O Vasco volta a campo neste domingo (30/03) para enfrentar o Volta Redonda, às 16h, em São Januário

O jogo

O Clássico da Paz começou em ritmo lento. Somente depois dos trinta minutos do 1º tempo, o Vasco criou suas primeiras boas chances de gol. Aos 31, Leandro Bomfim levantou na área e Alan Kardec desviou de cabeça e mandou a bola na trave esquerda do América. Aos 36, foi a vez de Edmundo tentar de cabeça. Paulo Victor defendeu. Cinco minutos depois, Leandro Bomfim soltou uma bomba da entrada da área e obrigou o goleiro do América a espalmar com dificuldade. No último lance, Edmundo bateu falta com perigo. Paulo Victor espalmou.

O Vasco voltou melhor para o segundo tempo e assustou de cara. No primeiro minuto, Calisto cruzou, Alan Kardec desviou de cabeça e Edmundo quase pegou. Aos 4, Morais fez linda jogada pela esquerda e tocou para trás. Alan Kardec chutou firme e a bola estourou na trave direita do América. Aos 13 foi a vez de Calisto. O lateral bateu de esquerda e Paulo Victor defendeu.

Quatro minutos depois Morais roubou a bola na esquerda e quase sem ângulo tentou surpreender o goleiro. A bola passou assustando Paulo Victor. O gol, que parecia questão de tempo, saiu aos 23 minutos. Leandro Bomfim cobrou falta por cima da barreira e mandou a bola no canto direito do arqueiro americano: Vasco 1x0. O segundo gol aconteceu aos 40 minutos. Souza tomou a bola de Élvis e tocou para Wagner Diniz. O lateral vascaíno lançou Jean, que avançou, entrou na área e bateu na saída do goleiro para definir o placar: Vascão 2x0.


Ficha técnica: Vasco 2 x 0 América
Local: São Januário
Árbitro: Nilton Feitosa do Nascimento (RJ).
Assistentes: Luiz Antonio Muniz de Oliveira (RJ) e Marcos Antonio Santos (RJ)
Gols: Leandro Bomfim aos 23 e Jean aos 40 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Eduardo Luiz, Jonílson e Wagner Diniz (Vasco); Éverton, Fábio Augusto e Bruno Carvalho (América).

VASCO
Tiago; Wagner Diniz, Eduardo Luiz, Jorge Luiz e Calisto; Jonílson, Beto (Jean), Leandro Bomfim e Morais (Souza); Edmundo (Alex Teixeira) e Alan Kardec. Técnico: Alfredo Sampaio.

AMÉRICA
Paulo Victor; Bruno Carvalho, Zé Carlos, Werley e Messias; Éverton, Élton (Élvis), Rodrigo Silva e Fábio Augusto; Magno (Osmar) e Marco Brito (Neném). Técnico: Gaúcho.

Enquete mostra otimismo dos torcedores

Segundo enquete realizada pelo Vídeos Vasco, 91% dos torcedores acreditam que o time será campeão da Taça Rio.

A pergunta era:
Você acha que o Vasco será Campeão da Taça Rio?

Ficou aberta por 7 dias e ainda encerrou depois da derrota do Vasco contra o Fluminense por 2 x 1.
Ainda assim os visitantes-torcedores são otimistas e garantem que o Vasco tem chances no Carioca 2008.

A história do Vasco (parte 6)

O tricampeonato estadual 92/93/94
O campeonato estadual invicto de 92 foi conquistado ate' com uma certa facilidade, mesmo com o time sentindo a falta de Bebeto, vendido antes do inicio da competicao ao La Coruna. No primeiro turno, o Vasco terminou com dois pontos de vantagem, e no segundo, com seis, tendo assegurado o titulo com duas rodadas de antecedencia.
Em 93 e 94, a disputa foi mais dura, e o Vasco teve que decidir contra o Fluminense em ambas as ocasioes: Em 93, numa melhor de quatro pontos, em que o time estava muito desfalcado mas mesmo assim garantiu o bicampeonato num empate sem gols na partida final, com Bismarck ainda perdendo um penalti. Em 94, na ultima rodada do quadrangular final, novamente venceu o mesmo adversario, que outrora fora sempre tao dificil de superar, por 2 a 0. O Vasco, que ja' havia vencido mais uma vez o Flu na partida decisiva da Taca Guanabara com uma goleada de 4 a 1, permaneceu invicto ate' quatro partidas antes do fim do campeonato, quando sofreu o que viria a ser a sua unica derrota numa partida contra o Flamengo, com uma arbitragem muito contestada e os jogadores ainda traumatizados pelo falecimento do jogador Dener num acidente automobilistico dias antes. Dener, uma das grandes revelacoes do futebol brasileiro, havia sido emprestado ao Vasco pela Portuguesa de Desportos no inicio do ano.

Infelizmente, quando o Vasco iniciava mais um periodo de hegemonia no futebol carioca em 92, este ja' mostrava os efeitos dos muitos anos de administracao do nefasto "Caixa D'Agua", da incompetencia e falta de carater dos seus cartolas, num pais onde a politica do futebol nao deixa de ser um reflexo da sociedade em geral. Nenhum jogo do campeonato estadual de 92 pode ser disputado no Maracana interditado, abandonado e caindo aos pedacos. O publico pagante diminuia, desanimado nao so' pelos problemas cronicos de falta de seguranca nos estadios, falta de organizacao do calendario e denuncias de corrupcao, mas sobretudo pelo subito enfraquecimento tecnico dos clubes.

A bem da justica, diga-se que o Vasco, apesar de tambem ter dilapidado o seu elenco a exemplo dos outros clubes, foi todavia o que continuou a revelar mais talentos, alem de realizar contratacoes significativas. Durante a campanha do tricampeonato, foram revelados jogadores do quilate de Valdir, Edmundo (vendido apos ter sido o craque do campeonato de 92), Carlos Germano, Pimentel, Leandro, Yan e Gian, e contratados Luisinho, Ricardo Rocha e o tragicamente falecido Dener. Assim, o tricampeonato foi a consequencia inevitavel da diferenca de categoria entre a equipe do Vasco e as demais.

Jogadores de aluguel, tecnicos "prestigiados"
Depois do tricampeonato estadual, seria logico que o Vasco partisse para conquistas de alcance maior. Para isto teria que manter o elenco e reforcar o plantel nas posicoes carentes. No entanto o que se viu foi o oposto: Por um lado o elenco ia sendo dilapidado a precos camaradas; por outro, uma serie de jogadores de qualidade duvidosa, para nao dizer inuteis, cujos nomes nem vale a pena lembrar aqui, passaram a ser alugados de empresarios por quantias relativamente absurdas. Transacoes certamente vantajosas para os empresarios dos jogadores, e sabe la' quem mais, mas prejudiciais ao clube.
Deste modo, nao se constituiram em surpresas as campanhas mediocres no campeonato estadual de 95 - quando o Vasco deveria estar tentando o tetracampeonato - e no estadual de 96, nem as piores colocacoes obtidas pelo clube na historia dos campeonatos brasileiros - em 95 e 96 o clube terminou perto da zona de rebaixamento. Os treinadores, que nestas ocasioes sao sempre os bodes expiatorios, passaram a nao esquentar lugar em Sao Januario: foram nada menos de quatro tecnicos em 95 e cinco em 96. O ano seguinte seria de eleicoes, a politica interna comecava a ferver e a torcida fazia protestos contra a administracao do clube.

Porem houveram algumas excecoes a estas tendencias, que fizeram com que o Vasco escapasse deste cenario sinistro, que lembrava um pouco as fases passadas na decada de 60. No meio de tantas pessimas contratacoes, umas poucas acabaram sendo acertadas. Em 95, o passe de Juninho, da selecao brasileira de juniores, foi comprado do Sport Recife. Em meio ao campeonato brasileiro de 96, foi contratado o meia Ramon, eficiente jogador que estava ha' alguns anos na Europa. Mas a melhor contratacao, que devolveu ao Vasco o idolo que a torcida precisava desde a saida de Valdir para o Sao Paulo, foi a volta de Edmundo. Depois de continuar se destacando no Palmeiras, ele havia passado duas temporadas muito ruins no Flamengo e no Corinthians. Quase no fim de 96, com o clube claudicando no campeonato brasileiro, a volta de Edmundo foi concretizada, e ele logo demonstrou do que era capaz ao marcar tres gols numa goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo.

Mesmo com Edmundo, o elenco ainda deixava a desejar. Apos mais uma campanha mediocre no baguncado campeonato estadual de 97, a diretoria concluiu que a unica chance de ser reeleita para o importante mandato do centenario do clube seria formar um time forte, capaz de ser um real candidato ao campeonato brasileiro. Consequentemente, as negociatas com empresarios de jogadores foram substituidas (pelo menos para a ocasiao) por contratacoes responsaveis, ainda que por emprestimo, visando a preencher as posicoes carentes do time. Outra decisao acertada foi a de interromper o circulo vicioso das trocas sucessivas de tecnicos e deixar que o trabalho do tecnico pudesse usufruir de continuidade. Como nao acontecia ha' mais de dez anos, finalmente o Vasco atravessaria alguns anos tendo um unico tecnico, Antonio Lopes.

O terceiro titulo brasileiro
O Vasco comecou sua participacao no campeonato brasileiro de 1997 com um elenco reformulado, mas mesmo assim nao havia muita gente que lhe atribuisse o mais ligeiro favoritismo. Ainda mais que o clube tambem teria que disputar em paralelo a Supercopa dos campeoes sul-americanos, devido ao reconhecimento oficial, por parte da Confederacao Sul-Americana, do historico titulo do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeoes de 1948. Mas os reforcos que chegavam a Sao Januario vinham cair como uma luva na equipe, que ia sendo armada na surdina pelo tecnico Antonio Lopes. Depois de anos, o Vasco voltava a ter uma equipe guerreira, com uma defesa solida, um meio campo a um tempo combativo e criativo e um ataque temivel.
Estas caracteristicas nao se formaram instantaneamente. No inicio da competicao, faltava entrosamento e padrao de jogo a equipe, alem de haver o problema da renovacao de contrato do grande goleiro Carlos Germano e uma contusao de lenta recuperacao de Juninho. Por isso o Vasco comecou perdendo pontos nas duas primeiras partidas. Mas nao tardou e a equipe comecou a vencer e a subir na tabela de classificacao, apesar de ter a menos duas partidas que haviam sido adiadas. Varios jogadores se destacavam, a comecar pelo goleiro Marcio, que de terceiro reserva passava a suprir brilhantemente o desfalque temporario de Carlos Germano. Odvan e Mauro Galvao se firmaram como parceiros ideais de zaga, onde a vitalidade e simplicidade do primeiro eram um complemento perfeito `a experiencia e classe do segundo. O lateral esquerdo Felipe, revelacao dos juniores, demonstrava muita habilidade e eficiencia no apoio. O meio-campo unia a tenacidade de Luisinho e Nasa na marcacao `a habilidade de Juninho e Ramon na criacao de jogadas. No ataque, Evair cumpria com abnegacao uma funcao tatica `a qual nao estava acostumado, de recuar e abrir espacos. Mas o principal fator de desequilibrio era mesmo Edmundo, que a cada partida parecia mais impossivel de ser marcado.

Os adversarios faziam de tudo para parar o genial artilheiro. Dentro de campo, eram as provocacoes para queimar o seu notorio pavio curto; fora de campo, a imprensa nao perdia uma oportunidade para alardear declaracoes polemicas do jogador, ou lembrar, sem motivo, suas antigas rixas com Evair, que havia sido seu parceiro de ataque no Palmeiras. As vezes as provocacoes funcionavam, como na partida contra o America de Natal, no Rio Grande do Norte, em que Edmundo acabou expulso e, na saida, muito irritado, declarou que "o Vasco vem jogar na Paraiba e botam um Paraiba para apitar". Depois deste incidente, explorado fora de proporcoes pela imprensa, Edmundo decidiu nao conceder mais entrevistas e declaracoes. Talvez por isso seu futebol cresceu ainda mais e seu comportamento disciplinar passou a ser muito bom. Enquanto Edmundo ia acumulando gols, o Vasco ia acumulando vitorias, e quem nao gostava tinha que engolir.

Numa noite de quarta-feira em Sao Januario, o Vasco goleou por 6 a 0 ao lanterna Uniao Sao Joao, com todos os gols marcados por Edmundo, que assim quebrou o recorde do campeonato brasileiro, de maior gols numa unica partida, que era de Roberto Dinamite e Ronaldinho, com cinco. Mais alem, ele quebraria outro, o de maior artilheiro em um campeonato brasileiro com 29 gols, superando a Reinaldo, que em 1978 havia marcado 28.

Depois de uma inesperada goleada sofrida na Supercopa para o River Plate, em Buenos Aires, por 5 a 1, os jogadores vascainos passaram a mostrar ainda mais uniao e determinacao no campeonato brasileiro e, ao fim da primeira fase, o Vasco obteve uma sequencia categorica de bons resultados que passavam a credencia-lo aos olhos da torcida como principal candidato ao titulo. Invicto em jogos no Rio, o time garantiu antecipadamente o primeiro lugar na primeira fase, apresentando a melhor campanha, o melhor ataque, o artilheiro e o melhor jogador do campeonato. A melhor campanha lhe assegurava a vantagem de poder terminar empatado na classificacao na fase semifinal para passar a final, e nesta, a vantagem do empate no placar global, o que acabou sendo decisivo.

Dos outros sete clubes classificados para a fase semifinal, o Vasco tinha derrotado a cinco na primeira fase - Internacional, Atletico-MG, Portuguesa, Flamengo e Palmeiras -, empatado com o Juventude e perdido apenas para o Santos. Na fase semifinal, o Vasco continuou demonstrando a sua superioridade. Comecou vencendo o Juventude fora de casa. A seguir, empatou em 1 a 1 com o Flamengo, um resultado favoravel, levando-se em consideracao a vantagem do empate na classificacao, mas que foi comemorado pelos adversarios como uma vitoria. Foi dito que o Vasco havia sido amarrado com um "no' tatico" e passaram a relembrar a eliminacao do Vasco pelo proprio Flamengo no campeonato brasileiro de 1992. Tudo ilusao de quem no fundo sabia que nao tinha time suficiente. Enquanto o Vasco, com uma tremenda pinta de campeao, vencia a perigosa Portuguesa no Maracana e repetia a dose no Morumbi, o Flamengo perdia bisonhamente para o Juventude em Porto Alegre. Mesmo que o Vasco perdesse a proxima partida para o Flamengo, bastaria uma vitoria sobre o Juventude no Maracana na ultima rodada para passar `a final, independente do resultado de Portuguesa x Flamengo em Sao Paulo.

Foi nessa situacao desesperadora que o Flamengo entrou em campo, com a obrigacao de atacar a qualquer custo. O tecnico Antonio Lopes entao tranquilamente posicionou o time para explorar os contra-ataques, e no final nao deu outra: Vasco 4 a 1, com tres gols e nova atuacao de gala de Edmundo, numa aparente repeticao do resultado do ano anterior. Com a diferenca que, naquela ocasiao, ambas equipes ja' nao tinham nenhuma aspiracao no campeonato, e nesta, o resultado valia a classificacao antecipada do Vasco na final. O terceiro gol de Edmundo, um golaco digno de antologia, foi inclusive o que quebrou o recorde da artilharia dos campeonatos brasileiros.

Depois desta goleada historica, a torcida vascaina estava de alma tao lavada, que dizia-se (retoricamente) que nao era nem preciso o Vasco fazer mais nada no campeonato. E realmente o Vasco nao venceu as tres partidas que lhe restavam. Mas nem era preciso. Depois do empate do time reserva com o Juventude, so' para cumprir tabela, o Vasco chegava a final contra o Palmeiras, o vencedor do outro grupo, com a vantagem da igual diferenca de gols, e foi o que aconteceu. A primeira partida, no Morumbi, e a segunda, no Maracana, foram durissimas mas, com dois empates sem gols, o Vasco conquistou o seu terceiro titulo brasileiro, com todo o merecimento.

Chegava assim o Vasco ao ano do seu centenario laureado como campeao brasileiro, com uma oportunidade de tentar vencer a Copa Libertadores e sonhar com o Mundial de Clubes em Toquio. Infelizmente, todavia, sem Edmundo, que deixava o Vasco rumo `a Italia, para jogar pela Fiorentina.

As glorias do centenario
Quando comecou 1998, ano em que o Vasco comemoraria o centenario da sua fundacao, havia uma grande expectativa em relacao ao desempenho esportivo do clube, tanto por parte de sua torcida, como das torcidas adversarias. Ainda estava bem fresco na memoria dos torcedores cariocas o que havia se passado com um certo clube tres anos antes, quando o seu presidente havia prometido "ganhar tudo no centenario". Como se sabe, o que acabou sucedendo foi um total fracasso. Em vez do "ano do centenario", o clube do presidente fanfarrao teve que se contentar com o "ano do sem-ter-nada". Obviamente, o Vasco nao queria passar pelo mesmo vexame, e dedicou-se de corpo e alma a estruturar-se para o sucesso, nao so no futebol, como em todos os esportes. E, para felicidade geral de milhoes de vascainos, o ano do centenario do clube veio a ser um dos mais vitoriosos de sua historia. Em todos os esportes, foram conquistados titulos significativos, entre os quais podemos orgulhosamente destacar o campeonato estadual e Trofeu Brasil de remo, o sul-americano de basquete, o estadual de handebol, campeonatos estadual e brasileiro de futebol feminino, e, no futebol, as conquistas da Taca Guanabara, Taca Rio, Campeonato Estadual e Copa Libertadores.
Com o objetivo de suprir as ausencias de Edmundo e Evair, que haviam deixado a equipe, o Vasco fez contratacoes de peso para o seu ataque, trazendo Donizete e Luizao, jogadores com passagem pela selecao brasileira. O resto do time continuou sendo a mesma base da campanha do Campeonato Brasileiro de 97. Para o Estadual de 98, a disparidade entre a forca do Vasco e os demais era tao aparente, que estes nao tiveram escrupulos em recorrer a manobras incriveis para tentar esvaziar a competicao e deslustrar o inevitavel titulo vascaino. Recorreram ate' `a molecagem de nao comparecer a campo, sob o pretexto de estarem protestando contra algumas transferencias de datas que o Vasco necessitava para evitar colisoes com compromissos pelas Copas do Brasil e Libertadores. Naturalmente fingiam que se esqueciam que a confusao do calendario foi culpa deles proprios, que tinham exigido a compressao da tabela do estadual para que pudessem dedicar-se exclusivamente ao Torneio Rio-Sao Paulo. Enfim, o fato e' que, as vitorias por WO tornaram a tarefa do Vasco ainda mais facil, e o clube tratou de conquistar com algumas rodadas de antecedencia os titulos da Taca Guanabara e Taca Rio e, consequentemente, do Campeonato Estadual, sem precisar de uma final.

Na Copa do Brasil, o time acabou nao conseguindo sua classificacao para a final, caindo na semifinal para o Cruzeiro. Porem a atencao de todos voltava-se para a Copa Libertadores. O inicio da campanha nao fora alentador, com o time conquistando apenas um ponto em tres partidas fora de casa. Os adversarios no grupo eram Guadalajara e America, do Mexico, e o Gremio. Nas tres partidas de volta, todas em Sao Januario, o Vasco nao podia pensar em perder para se classificar. De fato, a classificacao foi alcancada com duas vitorias indiscutiveis sobre o Gremio por 3 a 0 e sobre o Guadalajara por 2 a 0, e com o simples empate com o America, na ultima partida, o Vasco se classificou em segundo lugar no grupo. A partir dai', o time embalou na competicao e consecutivamente eliminou a Cruzeiro e Gremio, campeoes da Libertadores nos dois anos anteriores, e enfrentaria na semifinal o River Plate, apontado como a melhor equipe do continente e favorito para o titulo. Foi um confronto de proporcoes epicas. Apos superar a equipe argentina por 1 a 0 em Sao Januario, o Vasco arrancou um empate em 1 a 1 no Monumental de Nunez, sob intensa pressao, gracas a um golaco de Juninho, que havia entrado como substituto, numa magnifica cobranca de falta de longa distancia, faltando 8 minutos para o fim da partida. A final seria contra o Barcelona, de Guayaquil, em agosto, exatamente o mes em que as celebracoes pelo centenario atingiam o climax. A primeira partida foi um passeio em Sao Januario, e o placar de 2 a 0, com gols de Donizete e Luizao, saiu barato para os equatorianos. Mesmo assim, criou-se no Equador um clima de guerra para a segunda partida, e a torcida do Barcelona, ate' mesmo com uma certa dose de ingenuidade, acreditava que podia superar a vantagem vascaina. Mas na medida em que sua esperanca era destruida dentro do campo pelos craques vascainos, que ao final do primeiro tempo ja' haviam marcado 2 a 0, novamente por intermedio de Luizao e Donizete, os frustrados equatorianos nas arquibancadas do belissimo Estadio Monumental de Guayaquil passaram a agredir os torcedores vascainos presentes. Porem no final prevaleceu a alegria dos vascainos, pois com o resultado final de 2 a 1 podiam comemorar a inedita conquista da Copa Libertadores. Era mais um titulo sul-americano para o Vasco, numa repeticao do que havia acontecido 50 anos antes em Santiago do Chile. Houve uma grande carreata na volta da delegacao ao Rio, com milhares de vascainos desfilando pela cidade, do Galeao `a Zona Sul e terminando em Sao Januario, a festejar o centenario, a conquista e seus herois.

Depois disso, a partida em Toquio contra o campeao europeu, o Real Madrid, valendo o titulo mundial de clubes, passou a ser a prioridade. A equipe se apresentou no Campeonato Brasileiro com sucessivos desfalques - sendo o mais serio o de Pedrinho, que sofreu uma gravissima lesao no joelho apos uma entrada de um zagueiro do Cruzeiro -, enquanto que, na Copa Mercosul, o Vasco foi representado pelo Expressinho. Em ambas as competicoes, nao conseguiu classificacao para as fases decisivas. De qualquer forma, a estrategia previamente tracada era embarcar rumo a Toquio tao somente terminasse a fase de classificacao do Brasileiro, para poder se aclimatar e se acostumar com a diferenca de fuso horario no Japao. Desta maneira, mesmo que tivesse obtido a classificacao entre os oito primeiros - e esta so' escapou por causa de um empate com o Goias na ultima rodada - o Vasco teria que utilizar o Expressinho nas play-offs.

A caminho de Toquio, o Vasco ainda fez uma escala nos EUA, para um compromisso contra o DC United valendo a Copa Inter-Americana, que anualmente reune os campeoes das Copas Libertadores e da Concacaf. Na primeira partida, em Washington, o Vasco venceu por 1 a 0 e a segunda partida se realizaria durante a volta de Toquio ao Rio. O resultado positivo serviu para aumentar mais a motivacao para o confronto contra o Real Madrid. Os vascainos tinham motivos para estarem confiantes, pois teriam 10 dias para treinar e se condicionar para o confronto, enquanto que o campeao europeu, que chegaria na antevespera da partida, vinha cumprindo uma campanha de altos e baixos no campeonato espanhol, exibindo a cada jogo pontos vulneraveis na sua defesa. Lamentavelmente, quando a bola rolou, a equipe cruzmaltina nao soube impor um estilo de jogo ofensivo, que explorasse as deficiencias da zaga adversaria, e concedeu a iniciativa da partida aos espanhois. Passou o primeiro tempo sendo sufocada pelo adversario e acabou tomando um gol contra numa cabecada de extrema infelicidade do cabeca-de-area Nasa. A reacao parecia estar a caminho no segundo tempo, quando o Vasco equilibrou a partida, alcancou o empate num gol de Juninho, e partiu para cima do Real Madrid. Esteve a ponto de marcar, porem acabou tomando o segundo gol num contra-ataque, e nao teve mais tempo para se recuperar. A perda do titulo mundial abateu os jogadores e, quatro dias depois, um Vasco apatico foi derrotado pelo DC United por 2 a 0 em Fort Lauderdale, consequentemente deixando de ganhar tambem a Copa Inter-Americana. Uma conclusao triste, que os vascainos nao mereciam, de um ano que ate' entao havia lhes sido tao generoso em alegrias.

A história do Vasco (parte 5)

Garoto Dinamite Explode no Maracana
Terminava o ano de 1971 e o Vasco fazia uma campanha mediocre no primeiro campeonato brasileiro, quando, num jogo de meio de semana contra o Internacional, no Maracana, foi lancado na equipe principal pelo tecnico Admildo Chirol um garoto de 17 anos. Ele marcou o segundo gol da vitoria por 2 a 0 com um petardo da entrada da area e, no dia seguinte, a manchete do Jornal dos Sports dizia em letras garrafais: "Garoto Dinamite Explodiu".
O apelido pegou e o resto e' historia. Roberto esteve a servico do Vasco durante mais de 20 anos, com duas breves interrupcoes. Sua trajetoria no futebol brasileiro confunde-se com a do Vasco, constituindo-se em figura fundamental na maioria dos titulos conquistados pelo clube neste periodo.

A contratacao de Tostao
Andava muito mal o Vasco no inicio da decada de 70. Por isso, ja' com o campeonato carioca de 1972 em pleno andamento, o passe do jogador tri-campeao mundial Tostao foi adquirido junto ao Cruzeiro mediante a maior quantia ate' entao paga por uma transferencia entre clubes brasileiros.
A contratacao de Tostao parecia o prenuncio de uma era de glorias, porem no ano seguinte o craque voltou a ter problemas na vista operada, a mesma que quase o havia tirado da Copa de 1970, e acabou tendo que encerrar prematuramente a sua carreira, aos 27 anos.

O campeonato brasileiro de 1974
Na decada de 70, o primeiro titulo do Vasco foi o do campeonato brasileiro de 1974, que parecia tao impossivel face a qualidade individual das equipes adversarias. Mas o Vasco terminou por arrancar o titulo, exibindo muita garra, coracao e conjunto, derrotando o Cruzeiro na decisao por 2 a 1. O gol da vitoria historica foi marcado pelo ponta Jorginho Carvoeiro, que viria a falecer pouco mais de um ano depois. O time contava com uma forte defesa, onde pontificavam o goleiro Andrada e os zagueiros Miguel e Moises, e uma aplicada meia-cancha jogando em funcao de Roberto, que tornou-se o artilheiro da competicao.
O timaco de 1977
Em 1976 o Vasco venceu a Taca Guanabara, que nesta altura valia como primeiro turno do estadual, e foi vice-campeao estadual, perdendo na prorrogacao a final contra o Fluminense. Naquele ano, Roberto formava com De' a primeira das varias duplas mortiferas de que participou ao longo de sua carreira, e pela primeira vez foi convocado para a selecao, onde foi titular do time que conquistou o Torneio Bi-Centenario nos EUA.
Em 1977, o Vasco reforcou o seu time em todas as linhas com os jogadores Orlando, Geraldo, Dirceu e Ramon, que juntamente com jogadores como Mazzaropi, Abel, Marco Antonio, Zanata e Roberto cumpriram sob a direcao de Orlando Fantoni uma empolgante campanha no campeonato estadual. O Vasco venceu ambos os turnos e teve o ataque mais positivo e a defesa menos vazada - apenas 5 gols em 29 jogos, um recorde na era do Maracana -, inclusive nao sofrendo nenhum gol durante todo o segundo turno.

E' digno de registro o recorde mundial batido pelo goleiro Mazzaropi: 1.816 minutos sem levar gol, de 18 de maio a 7 de setembro de 1977. Este recorde esta' de pe' ate' hoje e e' reconhecido pela IFFHS (Federacao Internacional de Historia e Estatisticas de Futebol).

Na Copa de 1978, os dois artilheiros da selecao que terminou, invicta, em terceiro lugar foram os cruzmaltinos Roberto e Dirceu. Porem, logo depois da Copa, a forte base do elenco vascaino comecou a ser desfeita, refletindo o exodo de craques brasileiros para o exterior, que comecava a atingir proporcoes ineditas.

A venda e o retorno de Roberto
Afetado pela venda de alguns de seus principais jogadores, o Vasco passou a experimentar um terrivel destino: o de amargar em quase todas as competicoes que disputava o incomodo posto de segundo colocado. Apos ser derrotado na decisao do campeonato brasileiro de 1979 pelo Internacional, iniciaram-se as negociacoes que culminaram com a venda de Roberto para o Barcelona.
Em meio as crises desse clube e perseguicoes por parte do tecnico Helenio Herrera, Roberto nao se adaptou e alguns meses depois ja' estava de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saido. Seu reaparecimento no Maracana deu-se num jogo inesquecivel do campeonato brasileiro de 1980 contra o Corinthians, quando, mais parecendo uma metralhadora, o Dinamite enlouqueceu o Maracana lotado ao marcar os cinco gols da vitoria por 5 a 2 - quatro deles no primeiro tempo.

Apesar de seguida e injustamente desprezado por quantos tecnicos que passassem pela selecao brasileira, que sempre tinham os seus prediletos para a sua posicao, principalmente quando chegava a epoca da Copa, ;-) Roberto continuava cumprindo brilhantemente a sua tarefa de marcar gols, tendo conquistado varias vezes a artilharia das competicoes. Porem o clube continuou vitima do estigma de varios vice-campeonatos estaduais e outro vice-campeonato brasileiro, em 1984. A excecao foi o campeonato estadual de 1982, quando o Vasco reuniu talento, determinacao e a corajosa decisao do tecnico Antonio Lopes de substituir cinco titulares para superar na final o eterno rival Flamengo, que contava com um forte elenco que havia ganho sucessivos titulos na epoca.

O bicampeonato estadual 87/88 e a trajetoria de Romario
Em 1985, subiu para equipe profissional do Vasco um baixinho invocado com toda a pinta de ser o sucessor de Roberto, e os dois formaram uma das duplas mais diabolicas que ja' militaram no futebol carioca - a dupla "Ro-Ro", que liderou a relacao de artilheiros em 1986 e 1987.
Apesar de obter a melhor campanha durante o estadual de 1986, o Vasco, depois de vencer a Taca Guanabara, acabou perdendo a decisao de um campeonato em que nao faltaram denuncias de compra de juizes por parte de dirigentes rubronegros - o famoso caso das "papeletas amarelas". Como sempre, tudo acabou esquecido e por esclarecer.

Porem, no campeonato carioca de 1987, o Vasco foi implacavel. Mais uma vez o time de melhor campanha e possuindo o ataque mais positivo, o Vasco afinal fez prevalecer a justica numa memoravel final contra o Flamengo, com um gol de Tita concluindo um passe de Roberto. Tiveram atuacoes destacadas ao longo de todo o campeonato Acacio, Mazinho, Dunga, Geovani e Tita, alem, e' claro, da dupla "Ro-Ro". Basta dizer que os tres maiores artilheiros do campeonato foram Romario com 16 gols, Roberto com 15 e Tita com 12.

No ano seguinte, reforcado pelas revelacoes dos juniores Sorato e Bismarck, o Vasco conquistou o bicampeonato, em que nao faltou uma memoravel sequencia de quatro vitorias sobre o Flamengo, coroadas com um golaco do obscuro reserva Cocada. No dia seguinte a decisao, as vendas de cocada preta na cidade seguramente bateram todos os recordes.

Entre 1987 e 1989, o Vasco tambem venceu os significativos torneios internacionais Trofeu Carranza (tri em 1987/88/89), na Espanha, e a Copa de Ouro (1987), em Los Angeles.

Apos o bicampeonato estadual de 1987/88, o time foi desfeito, para nao perder o costume, com o tradicional exodo de jogadores para a Europa, inclusive Romario. Vale a pena mencionar os numeros impressionantes de Romario nessa que seria a primeira de tres peridos jogando pelo Vasco: Artilheiro dos campeonatos cariocas em todas as categorias desde o infantil ao profissional, num total de 165 gols em 301 jogos (116 gols pela equipe profissional), campeao juvenil em 1983, junior em 1984 e profissional em 1987/88.

A contratacao de Bebeto e o campeonato brasileiro de 1989
Com o dinheiro arrecadado com a venda de Romario, Geovani e varios outros jogadores para o exterior, o Vasco tirou de maneira espetacular Bebeto do Flamengo, com quem o jogador estava em litigio, ao depositar na federacao a quantia equivalente ao seu passe.
Com Bebeto e outros reforcos, o Vasco sagrou-se em 1989 campeao brasileiro pela segunda vez, derrotando o Sao Paulo na final em pleno Morumbi por 1 a 0, gol de Sorato.

Os numeros da carreira de Roberto e a sua despedida
Ainda em 1988, Roberto havia sofrido uma grave contusao muscular que o afastou do campeonato carioca na terceira rodada. Muitos previam o final da sua carreira, aos 34 anos. Depois de lenta recuperacao e de passar duas temporadas emprestado a Portuguesa de Desportos e ao Campo Grande, retornou ao Vasco em grande estilo para liderar a equipe em 1992, na conquista que daria inicio ao tao almejado tricampeonato carioca. Melhor ainda, de maneira invicta.
Roberto encerrou sua bela carreira triunfalmente como o maior goleador da historia do Vasco, com 698 gols em 1110 partidas. No total da sua carreira, marcou 744 gols em 1201 partidas, sendo o sexto maior goleador do futebol brasileiro em todos os tempos. E' o maior artilheiro da historia do Campeonato Brasileiro, com 190 gols acumulados (181 deles pelo Vasco). Na selecao, marcou 26 em 49 jogos, com uma media, portanto, de 0,53, superior a de qualquer centroavante seu contemporaneo.

O jogo de despedida de Roberto foi contra o La Coruna, que havia contratado Bebeto, em marco de 1993 no Maracana. A derrota por 2 a 0 tambem marcou a perda da longa invencibilidade cruzmaltina, de 32 jogos durante seis meses.

A história do Vasco (parte 4)

A renovacao do plantel e uma nova tatica
Depois da era do Expresso da Vitoria, o Vasco tratou de formar mais um time vencedor, uma mescla de jogadores contratados, como Paulinho de Almeida, Bellini, Valter Marciano, Pinga e o paraguaio Parodi, e outro feitos em casa ou trazidos das divisoes de base de outros clubes, como Orlando, Coronel, Sabara' e Vava'. Em 1955, do mitico Expresso da Vitoria so' permaneciam no elenco Maneca, Dejair e o grande artilheiro Ademir. Ademir se despediria do futebol no ano seguinte, apos a volta do Vasco de uma excursao `a Europa.
Flavio Costa voltou `a direcao da equipe em 1953 com a missao de comandar a transicao e levar o time a novas conquistas. Porem, com campanhas de altos e baixos nos campeonatos cariocas, as conquistas almejadas nao vieram. No campeonato carioca de 1955, que se alongou pelos primeiros meses de 1956, o Vasco liderou por varias rodadas e terminou por conquistar o maior numero de pontos. Todavia, a formula da competicao era a de tres turnos separados e o Vasco nao conseguiu vencer nenhum deles. Apos uma derrota para o Fluminense, que alijou o clube da disputa do terceiro turno, Flavio Costa foi demitido. Logo apos o termino do campeonato, foi contratado o estrategista Martim Francisco, que por um triz nao levara o America ao titulo. Anos antes, com o Vila Nova, em Minas Gerais, Martim havia dado forma definitiva ao sistema 4-2-4. O tecnico iria utilizar esse sistema de forma mortifera no Vasco.

Com o time renovado, o Vasco voltou a conquistar um titulo carioca em 1956. O sabor especial ficou por conta de, numa repeticao do que ocorrera em 1945, ter impedido o tetra do Flamengo, o favorito ao titulo antes do inicio da competicao. A conquista vascaina veio por antecipacao na penultima rodada, devido a uma combinacao de resultados: A vitoria de virada sobre a perigosa equipe do Bangu por 2 a 1, com dois gols de Vava', e a derrota do Flamengo para o Botafogo no dia seguinte.

Titulos internacionais do Vasco nos anos 50
Na decada de 50, o Vasco foi um dos clube brasileiros mais convidados a disputar torneios no exterior. Entre os torneios internacionais conquistados, encontram-se o torneio internacional do Chile em 1953, dois torneios internacionais no Rio naquele mesmo ano, e culminando em 1957 com as conquistas dos Torneios de Lima e Santiago, na America do Sul, e do Torneio de Paris e da Taca Teresa Herrera, durante uma arrasadora excursao a Europa.
Nessa excursao, alem de vencer o todo-poderoso Real Madrid de Di Stefano e outros craques, bicampeao europeu na epoca, por 4 a 3, na final do Torneio de Paris, o Vasco obteve goleadas empolgantes sobre o Atletico Madrid por 4x2, que lhe valeu a Taca Teresa Herrera, sobre o Barcelona por 7 a 2 e sobre o Benfica por 5 a 2. O tecnico Martim Francisco pegou as equipes estrangeiras totalmente desprevenidas com a sua tatica, que utilizava a descida dos homens de meio-campo para as conclusoes como fator surpresa. Os apoiadores Laerte e Valter Marciano acabaram entre os principais artilheiros da excursao. Valter, inclusive, foi imediatamente contratado por um clube espanhol, mas poucos anos depois faleceu tragicamente num acidente automobilistico.

1958, um ano de grandes conquistas
Em 1958, o Vasco forneceu tres jogadores a selecao campea mundial, Bellini, Orlando e Vava'. Naquele ano glorioso, o Vasco conquistou pela primeira vez o Torneio Rio-Sao Paulo, que esteve por conquistar varias vezes na decada de 50, mas que ao final frequentemente terminava em segundo lugar, e venceu o campeonato carioca de forma particularmente emocionante. Faltando duas rodadas, o Vasco levava quatro pontos de vantagem sobre Flamengo e Botafogo, mas perdeu as duas ultimas partidas exatamente para estes adversarios. Foi entao necessario um supercampeonato entre os tres, que tambem terminou empatado, sendo entao disputado um super-supercampeonato, finalmente vencido pelo Vasco, ja' depois de iniciado o ano de 1959.
O Vasco contava com a melhor defesa do pais e que todo mundo sabia de cor: Paulinho, Bellini, Orlando e Coronel. A defender o arco, estava de volta o veterano Barbosa, considerado por muitos o melhor goleiro da historia do clube. Mais uma vez o Vasco tinha um grande numero de atacantes de categoria no seu plantel e se deu ao luxo de vender o campeao mundial Vava' para o Atletico Madrid, ainda no inicio do campeonato. Mas ficavam Almir, Delem, Wilson Moreira, Roberto Pinto e Valdemar, que se revezaram no time titular nas posicoes do miolo do ataque, alem dos pontas Sabara' e Pinga, em otima forma.

A escassez de craques na decada de 60
Almir tornou-se o grande idolo vascaino, mas acabou se envolvendo numa serie de episodios que deram-lhe a fama de jogador violento. Primeiro, foi o pivo de um enorme sururu no jogo Brasil 3x1 Uruguai, no Sul-Americano de 1959 em Buenos Aires. Cinco meses depois, numa partida contra o America, houve um lance de bola dividida com o jogador Helio, que saiu com a perna fraturada e nunca mais voltou a jogar. Apesar disso, a categoria do "Pernambuquinho" era incontestavel, chegando a ser denominado "Pele' Branco". Finalmente, em marco de 1960, o Vasco teve que o liberar mediante uma proposta irrecusavel por parte do Corinthians.
O Vasco tambem nao resistiu a outras propostas que acabaram tirando do clube as suas principais estrelas. Para reforcar o time, uma grande quantidade de jogadores "bonzinhos" ia sendo contratada e, na medida em que iam fracassando, eram substituidos por mais "bonzinhos". Por outro lado, a qualidade da prata da casa, que durante decadas havia sido constituida por craques em profusao, comecou a decair, e o clube entrou numa longa fase negativa, agravada pela tensao politica na administracao.

Durante a decada de 60 os melhores jogadores projetados pelo clube foram os zagueiros Brito e Fontana, que fariam parte da selecao tricampea mundial em 1970 apos deixarem o clube no ano anterior, e o atacante Celio, que, depois de chegar a ser testado na selecao, foi vendido para o Nacional de Montevideu, onde tornou-se um idolo. Poucos craques para quem estava acostumado a tanta fartura.

Um cemiterio de tecnicos
Em 1961, o Vasco estava na luta pelo titulo estadual, mas, dependendo de uma simples vitoria sobre o Olaria dentro de Sao Januario para manter suas chances, acabou perdendo por 3 a 2, resultado que viria a refletir na campanha eleitoral, que fervia. Tecnicos passaram a ser contratados e demitidos em pouco tempo, vitimas da impaciencia da diretoria e da torcida. Formou-se a lenda de que o Vasco era um cemiterio de tecnicos.
De 1960 a 1969, o Vasco trocou de tecnico nada menos do que 22 vezes. Durante este periodo, o unico que permaneceu no cargo por duas temporadas foi Zeze' Moreira, quando o Vasco conquistou seus unicos titulos significativos da decada: A primeira Taca Guanabara, torneio criado em 1965 para apontar o concorrente carioca na Taca Brasil, e o ultimo torneio Rio-Sao Paulo em 1966, no qual terminou empatado com Botafogo, Santos e Corinthians (nao houve decisao). Na Taca Brasil de 1965, o Vasco terminou vice, perdendo na decisao para o Santos, que naquela altura conquistava o pentacampeonato da competicao.

Depois de Zeze' Moreira, o outro tecnico que levou o time a boas campanhas foi Paulinho de Almeida, ex-lateral-direito do clube. Em 1968, sob sua direcao, o Vasco foi vice-campeao carioca e vice do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, empatado com Palmeiras e Internacional. Boas campanhas, porem faltou o titulo ansiado por todos em Sao Januario.

O fim da espera pelo titulo carioca
O Vasco sempre foi um clube agitado por crises politicas, mas as dos anos 60 realmente abalavam o clube. Uma das maiores crises da historia do Vasco aconteceu em 1969, com direito a cassacao de presidente, muros pichados, coisa realmente seria. Entretanto, no ano seguinte - o do tricampeonato mundial - com a politica interna pacificada, voltaria ao seu lugar de honra no futebol carioca, com o time comandado pelo velho e sabio Tim. No campo, os destaques ficaram por conta do "Batuta" Silva e o grande goleiro argentino Andrada, que pelo que realizou na sua passagem no clube de 1969 a 1976 se constituiu num dos maiores goleiros que ja' defendeu o arco do Vasco, senao o maior. Cruelmente, a historia lhe reservou a dubia honra de ter tomado o milesimo gol de Pele'.

Pele' e o Vasco
Numa partida no Maracana contra o Santos pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1969, Andrada fechava o gol, evitando em varias oportunidades o milesimo gol do Rei. O escore de 1 a 1 foi mantido ate' quase o final da partida, quando aconteceu um penalti sobre Pele', e assim Andrada foi finalmente batido pela cobranca do proprio Pele'. O goleiro saltou para o canto certo e por milimetros nao conseguiu desviar a bola. A partida foi interrompida para que homenagens pudessem ser prestadas a Pele', que deu uma volta olimpica no estadio vestindo uma camisa do Vasco com o numero 1000 nas costas.
E por falar no maior jogador de todos os tempos, abra-se um parentese. Pele' nunca escondeu sua simpatia pelo Vasco, tendo sido um torcedor vascaino durante a sua infancia em Bauru. Quis o destino que Ele vestisse a camisa do Vasco no inicio da sua carreira, em junho de 1957, em tres partidas no Maracana, e melhor ainda, que marcasse um gol no Flamengo. Naquela ocasiao, um combinado Vasco-Santos disputava um torneio amistoso internacional com partidas no Rio e em Sao Paulo. Este torneio acabou suspenso devido aos prejuizos financeiros. O Combinado Vasco-Santos atuou quatro vezes, as tres primeiras no Rio com o uniforme do Vasco e a ultima em Sao Paulo com o uniforme do Santos. Na estreia, Pele' marcou tres gols na vitoria por 6 a 1 contra o Belenenses. A seguir, dois empates, contra o Dinamo Zagreb e Flamengo, ambos pela contagem de 1 a 1, e em ambas as oportunidades Pele' marcou para o Combinado. Na ultima partida, em Sao Paulo, o Combinado voltou a empatar por 1 a 1, desta feita contra o Sao Paulo, marcando novamente Pele'.

As atuacoes de Pele' pelo Combinado Vasco-Santos foram fundamentais para que o entao tecnico da selecao brasileira, Silvio Pirilo, decidisse convoca-lo para uma partida do Brasil contra a Argentina, no Maracana, dia 7 de julho de 1957. Foi a estreia do futuro Rei na selecao, aos 16 anos de idade. Ele entrou no segundo tempo no lugar de Del Vecchio e marcou o seu primeiro tento com a camisa canarinho. Mesmo perdendo por 2 a 1, o time brasileiro foi elogiado, e a presenca de Pele' foi aclamada.

A história do Vasco (parte 3)

A formacao do Expresso da Vitoria
Corria o inicio da decada de 40 e parecia que a implacavel "praga do Arubinha", de 12 anos sem titulos, estava se cumprindo. Chegaram ate' a revolver o gramado de Sao Januario, mas o tal sapo com a boca costurada que, dizia-se, Arubinha havia enterrado, nunca foi encontrado. Finalmente, os dirigentes do Vasco, comandados pelo presidente Ciro Aranha, desistiram de procurar o sapo :-) e resolveram partir para uma serie de contratacoes que iniciaram a fase mais brilhante da historia do Vasco, em termos de conquistas.
Primeiramente, foi contratado um novo tecnico de experiencia internacional, o uruguaio Ondino Viera, e entao feita uma renovacao no plantel de jogadores. Varios jogadores jovens, talentosos e ainda por se consagrar foram adquiridos. Do Sao Cristovao veio Augusto, que seria o capitao do time e da selecao brasileira de 1950, com sua grande capacidade de lideranca e espirito de equipe. Do Canto do Rio veio Eli; Do America, o "principe" Danilo; Do Madureira, o trio atacante conhecido como os "Tres Patetas", Lele', Isaias e Jair; Do Sport Recife, Ademir; E assim por diante.

O gol de Valido
Em 1944, depois de vencer os Torneio Municipal e Relampago, que funcionavam como aperitivo para o campeonato carioca, o Vasco chegou ao ultimo jogo do campeonato na lideranca ao lado do Flamengo, que lutava pelo tricampeonato. O jogo, exatamente contra o Flamengo, no estadio da Gavea, foi decidido no finzinho do segundo tempo a favor do time da casa, com um gol de cabeca do ponta Valido, muito contestado ate' hoje. Todos os vascainos presentes na Gavea naquela tarde juram que viram Valido se apoiar nas costas do half esquerdo Argemiro ao cabecear. Ja' os rubronegros unanimemente juram que nao viram tal fato. Exceto o compositor e speaker Ary Barroso, que aos berros lamentava que o tento nao tivesse ainda por cima sido marcado com a mao.
Nas semanas apos a partida, filas enormes se formaram no Cineac-Trianon, um cinema no centro da cidade, para assistir a um trecho de filme que mostrava o lance que resultou no gol de Valido. Mas o filme era tao tremido e fora de foco que dava margem a todo tipo de interpretacao, e assim ninguem mudou de opiniao.

Recentemente, o radialista Luiz Mendes, cuja idoneidade esta' acima de qualquer questionamento, revelou no seu livro 7 Mil Horas de Futebol (pag. 37) o seguinte fato:


Dizem ainda hoje que Valido se apoiou em Argemiro, half-esquerdo do Vasco. A foto mostra claramente Valido apoiando-se em cima de seu patricio Rafanelli, um grande zagueiro argentino que atuava pelo Vasco. Essa foto foi sempre muito escondida, principalmente por companheiros da chamada imprensa rubro-negra. Mas eu a tenho. Ve-se na foto o mundo de gente que foi `a Gavea e Valido cabeceando, apoiado em Rafanelli com Argemiro saltando um pouco atras, dai' a confusao.
Infelizmente a foto nao se encontra reproduzida no livro de Luiz Mendes. Seguindo o proverbio "antes tarde do que nunca", o consagrado radialista bem que poderia disponibilizar esta rarissima foto ao publico, e especialmente aos Web sites vascainos, para fins de divulgacao na Internet, para que assim todos possam conhecer a prova incontestavel de que o infame gol de Valido nao deveria ter valido.

Proezas do Expresso da Vitoria
A perda do titulo de 1944 para o rival foi frustrante para os vascainos, mas o fato irreversivel e' que a semente do Expresso da Vitoria estava lancada. Em 1945 o Vasco ganhou de forma invicta o primeiro de uma serie de 5 campeonatos em 8 anos: 1945, 47, 49, 50 e 52, sendo que os de 1947 e 1949 tambem foram invictos. Nesse periodo o Vasco tambem conquistou o tetracampeonato do Torneio Municipal de 1944 a 1947 e dois Torneios Relampagos, em 1944 e 1946. Porem a maior proeza do Expresso foi a conquista invicta do Primeiro Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeoes, em 1948, no Chile.
O Vasco era a base da selecao brasileira. Tantos craques tinha o Vasco, que muitas vezes o Expresso ia excursionar e permanecia a disputar as competicoes locais o Expressinho, formado por reservas, mas que mesmo assim frequentemente superava os adversarios. Todo ano o Vasco apresentava pelo menos uma nova atracao de renome. Dentre as muitas linhas atacantes do Expresso, qual foi a melhor? A linha de 1945, com Ademir (Djalma), Lele', Isaias, Jair e Chico? A de 1947, com Djalma, Maneca, Friaca (Dimas), Lele' (Ismael) e Chico? A de 1949, com Nestor, Maneca, Heleno, Ademir e Mario? Ou a de 1950, com Tesourinha (Alfredo), Maneca, Ademir, Ipojucan e Chico?

Estes ataques eram verdadeiras industrias de gols, nao raramente alcancando escores estapafurdios, sendo o maior deles um 14 a 1 sobre o Canto do Rio em 1947, que estabeleceu o recorde de maior goleada na fase profissionalista do futebol carioca.

As estrelas douradas na bandeira
Em 1945, para eternizar as conquistas invictas dos campeonatos de remo e futebol do Rio de Janeiro, a bandeira do Vasco sofreria uma alteracao oficial, registrada no Artigo 7 do Estatuto do Clube:

Art. 7o. - O pavilhao do Clube e' preto, com uma faixa branca em diagonal partindo do canto superior do lado da tralha, a Cruz de Malta em vermelho no centro e, na parte superior, uma estrela dourada simbolizando a conquista dos Campeonatos Invictos de Mar e Terra no ano de 1945. As cores da bandeira e a Cruz de Malta serao reproduzidas nos uniformes, emblemas e insignias usadas pelo clube.
Paragrafo unico - Consideram-se aprovados os moldes do pavilhao, flamula e emblema anexos ao presente Estatuto.
O Vasco viria a conquistar de maneira invicta o campeonato de futebol do Rio de Janeiro em outras tres oportunidades - 1947, 1949 e 1992. Em cada uma dessas ocasioes, mais uma estrela dourada foi adicionada a bandeira (nao houve efeito retroativo a 1924, quando o Vasco tambem foi campeao invicto).

Porem, a estrela relativa a 1945 permaneceu a unica estrela oficial por muito tempo. As de 1947 e 1949 nao eram reconhecidas no Estatuto, inclusive aquele que resultou das reformas aprovadas em 18 de outubro de 1967. Nao obstante, no inicio da decada de 90, o uniforme passou a exibir tres estrelas acima da Cruz de Malta e, depois do campeonato invicto de 1992, a quarta estrela foi acrescentada, tanto `a bandeira quanto ao uniforme.

Quando o Vasco conquistou o seu terceiro titulo brasileiro, uma quinta estrela foi acrescentada. Surgiu entao a explicacao de que as estrelas passaram a simbolizar o seguinte:



Uma estrela pelos Campeonatos Invictos de Terra e Mar em 1945
Uma estrela pelo Campeonato Sul-Americano de 1948
Tres estrelas pelos Campeonatos Brasileiros de 1974, 1989 e 1997
A partir dai', a mania de adicionar estrelas nao parou mais:


Sexta estrela: Copa Libertadores de 1998
Setima estrela: Copa Mercosul de 2000
Oitava estrela: Campeonato Brasileiro de 2000
Tudo isso indica, provavelmente, que o Artigo 7 do Estatuto foi novamente reformado para que as estrelas adicionais fossem oficialmente adotadas (a ser pesquisado).

Ademir, Flavio Costa e a "diagonal"
Em 1946, o Vasco achou que podia se dar ao luxo de vender Ademir para o Fluminense por possuir atacantes demais, mas acabou pagando caro por isso. Com Ademir o Fluminense foi campeao. Porem, no inicio de 48, o "Queixada" estava de volta ao Vasco, e tornou-se o maior artilheiro da historia do clube... ate' ser superado por Roberto Dinamite varias decadas mais tarde.
Nessa epoca o tecnico do Vasco ja' era Flavio Costa, que havia dirigido o Flamengo naquela decisao de 1944. Flavio Costa criou um novo sistema de jogo, o qual denominou de "diagonal", que na verdade nao passava de um WM torto, com a numeracao modificada e com um dos angulos inferiores do "W" atacante mais avancado. Este papel do ponta de lanca vindo de tras, penetrando em alta velocidade para aproveitar os lancamentos, caiu sob medida para Ademir, que, entre outras qualidades, era insuperavel no pique com a bola sob controle (chamado na epoca de "rush") e infalivel nas conclusoes.

A diagonal representou uma revolucao no taticamente atrasado futebol brasileiro, cujos clubes sem excecao utilizavam uma mistura de 2-3-5 com WM que poderia ser descrito como WW e, assim como a selecao, viviam apanhando dos seus similares platinos, muitas vezes por goleada. Esta rotina comecou a mudar em 1948...

Campeao Sul-Americano de Clubes Campeoes
Corria o ano de 1948, quando nao havia ainda a Copa Libertadores, quando o Vasco foi convidado a disputar o I Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeoes, no Chile. Participaram os campeoes de sete paises do continente, jogando num turno unico, todos contra todos, contando pontos corridos. Pois o Vasco trouxe o caneco, mais uma vez invicto para nao perder o costume, mesmo tendo contra si arbitragens tendenciosas e o desfalque de Ademir, que sofreu uma fratura no pe' logo no inicio do torneio. Na final dramatica contra o River Plate - "la Maquina", como era conhecido na Argentina - um empate sem abertura de contagem garantiu o titulo do Vasco.
Esta conquista, a mais significativa do Expresso da Vitoria, e' tembem um marco historico por ter sido o primeiro titulo conquistado fora do pais por qualquer equipe brasileira, incluindo a Selecao.


Cafezinho "batizado" e po'-de-mico
Em 1948, o Vasco teve a chance de conquistar o bicampeonato carioca, mas perdeu a final para o Botafogo em General Severiano, quando, segundo historia apregoada pelos jogadores cruzmaltinos, antes do jogo um servente do Botafogo veio cordialmente ao vestiario do Vasco oferecer cafezinho. O cafe' teria sido "batizado" com algum sonifero, ja' que a maioria dos jogadores do Vasco alega ter sentido uma terrivel sonolencia durante todo o primeiro tempo... Entao, antes do intervalo, alguem disfarcadamente penetrou no vestiario do Vasco e espalhou po'-de-mico. Durante o segundo tempo, os jogadores nao sabiam se dominavam a bola ou se se cocavam, e no final foi 3 a 1 para o Botafogo, mesmo tendo este jogado sem o zagueiro Gerson, contundido (nao eram permitidas substuicoes), desde o inicio do segundo tempo.
Jogos marcantes da temporada de 1949
A sensacao em Sao Januario em 1949 foi a presenca do inconfundivel Heleno de Freitas no comando do ataque, que bateu mais um recorde ao marcar 84 gols em 20 jogos do campeonato carioca. Desta vez o Vasco nao deu colher e voltou a ser campeao invicto, a exemplo de 1945 e 47. Um jogo inesquecivel desta temporada aconteceu em Sao Januario contra o Flamengo, que desde aquela decisao de 1944 nao sabia o que era ganhar do Vasco. O Vasco comecou perdendo por 2 a 0 e parecia o fim do tabu, mas no final o placar indicava nada menos do que Vasco 5 a 2. Esta derrota desencadeou uma tremenda crise na Gavea, e, segundo dizem, a camisa do Jair Rosa Pinto foi queimada pela torcida rubronegra, desesperada por mais uma derrota para o Vasco. O Flamengo somente voltaria a derrotar o Vasco em 51, apos a volta de Flavio Costa ao clube.
Causou tambem grande repercussao a vitoria sobre o Arsenal, primeiro time da primeira divisao inglesa a visitar o Brasil. O Arsenal, que era considerado um dos times mais poderosos do Reino Unido, chegou botando banca, venceu duas partidas em Sao Paulo e, em sua primeira partida no Rio, venceu um combinado Fluminense-Botafogo. Coube ao Vasco mostrar aos ingleses o que o futebol brasileiro tinha de melhor, derrotando-os por 1 a 0, gol do ponta-direita Nestor.

A base da selecao vice-campea mundial de 1950
Na Copa de 50, disputada no Brasil, a selecao brasileira era tida como a melhor do mundo. Por motivos que a gente (ou ninguem) sabe, acabou deixando o titulo escapar em pleno Maracana, para o Uruguai. Mas ninguem nega a qualidade daquele time, que contava com seis jogadores do Vasco na sua habitual formacao titular - Barbosa, Augusto, Danilo, Maneca, Ademir (artilheiro da Copa) e Chico - e dois entre os reservas - Eli e Alfredo. Mais dois do elenco, Friaca e Jair, eram ex-jogadores do Expresso da Vitoria. O ponta vascaino Tesourinha havia sido cortado as vesperas da Copa por contusao, e o atacante Ipojucan estava pre-selecionado, mas acabou sobrando quando o tecnico Flavio Costa, tambem do Vasco, reduziu o grupo para 22 jogadores. Ate' o massagista Mario Americo era do Vasco.
Menos de um ano apos a tragedia da Copa de 1950, o Vasco realizou uma excursao ao Uruguai, deu de 3 a 0 no Penarol - a base da selecao uruguaia campea do mundo - e, no Rio, ganhou de 2 a 0 tanto do Penarol como do Nacional - que completava aquela selecao - lavando a alma dos brasileiros.

O primeiro campeonato do Maracana
Assim que foi encerrada a Copa de 1950, teve inicio o primeiro campeonato carioca da era do Maracana. O Vasco perdeu seus tres primeiros classicos, mas recuperou-se e nao sofreu mais nem um empate sequer. A equipe chegou a ultima rodada com um ponto de vantagem sobre o America e o derrotou por 2 a 1, com dois gols de Ademir, sagrando-se bicampeao carioca.

O ultimo titulo do Expresso da Vitoria
Em 1952, o Vasco, que atingira seu ponto tecnico mais alto dois anos antes, partiu para novas mudancas, nao sem antes ter o seu canto do cisne, ao conquistar por antecipacao o campeonato carioca. Apesar de desacreditado pela imprensa, que considerava o Expresso um time "velho", o Vasco se sagrou campeao na penultima rodada, ao vencer o Bangu por 2 a 1. Apos o ultimo jogo, em Sao Januario contra o Olaria, o tecnico Gentil Cardoso, ao ser carregado nos ombros em triunfo pela torcida, nao perdeu a oportunidade de dar mais uma de suas famosas tiradas, declarando: "Eu estou com as massas, e as massas derrubam ate' governo". Foi demitido no dia seguinte. Porem era chegada a hora de substituir glorias antigas por jovens promessas.

A história do Vasco (parte 2)

A perseguicao racista dos clubes grandes contra o Vasco
Preocupados com a pujanca do Vasco, que se manifestava claramente na proliferacao dos seus adeptos nao apenas no seio da colonia portuguesa, e dispostos a evitar que o campeao de 1923 repetisse a dose no ano seguinte, os clubes grandes iniciaram um movimento destinado a afastar o Vasco do campeonato, valendo-se dos mais aberrantes argumentos. Inicialmente, tentaram exigir dos clubes pequenos, inclusive o Vasco, que estes se submetessem a uma "investigacao das posicoes sociais" de seus jogadores. Os clubes pequenos teriam que eliminar de seus quadros jogadores considerados profissionais ou que nao fossem capazes de assinar as sumulas.
Ao terem sua proposta rejeitada, os clubes grandes entao abandonaram a Liga Metropolitana e fundaram a Associacao Metropolitana de Esportes Amadores. O ingresso do Vasco na AMEA foi recusado, sob a alegacao de que nao possuia um campo apropriado para jogos de campeonato. Contudo, foi apresentada ao Vasco uma lista de doze de seus jogadores que deveriam ser eliminados do clube para que sua filiacao fosse aprovada. O Vasco, lavrando seu protesto contra a mal-disfarcada atitude racista dos clubes grandes, comunicou sua desistencia de fazer parte da AMEA e teve mesmo que disputar o campeonato de 1924 pela Liga Metropolitana, o qual ganhou de maneira invicta, competindo com os outros clubes rejeitados pela nova entidade.

A construcao do estadio de Sao Januario
Decididos a fazer do Vasco um clube grande, os vascainos partiram entao para a construcao de um estadio, passando a angariar fundos entre 1924 e 26. Listas corriam pela cidade, onde toda gente assinava, dando a contribuicao que podia. O exito foi tanto que, ao final de 1926, oito mil novos socios tinham ingressado no clube. Em 1925, foi adquirido um terreno numa colina em Sao Cristovao, que havia sido ocupada no seculo XIX por uma chacara doada por D. Pedro I `a Marquesa de Santos.
A construcao do estadio coube a Cristiani & Nielsen, prestigiosa firma que pouco antes havia erguido o Jockey Club Brasileiro no hipodromo da Gavea. A pedra fundamental foi lancada no dia 6 de junho de 1926. Raul da Silva Campos era o presidente do Vasco. Menos de 11 meses depois, o clube entregava ao futebol brasileiro o estadio Vasco da Gama, mais tarde popularmente denominado de Sao Januario. A relacao e' apenas geografica, pois tem esse nome a rua que e' uma das principais vias de acesso ao estadio - foi alias a unica durante muito tempo, onde circulavam os bondes que levavam e traziam os torcedores - e em cujo final estao situados os portoes das arquibancadas destinadas aos nao-socios.

O suspeito campeonato de 1926
Com a sua popularidade e seu quadro social crescendo rapidamente, e com o grande sucesso de seu plano de construcao do estadio, o Vasco foi admitido na AMEA em igualdade de condicoes com os clubes grandes, fundadores da entidade, ainda em tempo para o campeonato de 1925. Nesse ano o Vasco obteve o terceiro lugar, com apenas dois pontos de diferenca do campeao.
No ano seguinte, 1926, o Vasco conquistou pela primeira vez o Torneio Inicio e obteve o segundo lugar no campeonato, apenas um ponto atras do Sao Cristovao. Foram bastante estranhas as circunstancias do unico titulo carioca da historia do Sao Cristovao: Na partida do returno, o Flamengo ia derrotando o Sao Cristovao por 3 x 1, no seu campo da rua Payssandu, quando o arbitro marcou um penalti contra o time rubro-negro, originando-se entao uma invasao de campo pela sua inconformada torcida. A partida foi suspensa pelo arbitro e posteriormente anulada por uma insistencia inexplicavel do Flamengo, que afinal ainda estaria em vantagem mesmo que a partida fosse reiniciada e o penalti fosse convertido. Uma nova partida foi entao marcada para depois da ultima rodada do campeonato. Uma vitoria do Flamengo daria o titulo ao Vasco. Suspeitissimamente, a propalada mistica da camisa rubro-negra nao entrou em campo: o Sao Cristovao aplicou uma folgada goleada de 5x1 e levantou o titulo.

A inauguracao de Sao Januario
No jogo inaugural do seu estadio, na ensolarada tarde de 21 de abril de 1927, o Vasco enfrentou a equipe do Santos, famosissima entao pela forca arrasadora do seu ataque. O Santos venceu por 5 a 3, apos um empate de 1 a 1 no primeiro tempo. Evangelista, dois, Feitico, Omar e Araken marcaram pelos santistas e Negrito - o primeiro gol do Vasco no seu novo estadio -, Galego e Pascoal pelos cruzmaltinos.
Antes da partida houveram varias solenidades, culminando com o corte de uma fita simbolica pelo aviador portugues Sarmento de Beires, realizador da travessia Lisboa-Rio comandando o aviao "Argos". Varias autoridades se fizeram presentes, inclusive o presidente da Republica, Washington Luis, que ironicamente havia negado permissao ao Vasco para a importacao de cimento da Belgica para a construcao do estadio - atitude completamente arbitraria e de ma' vontade, considerando-se que o presidente havia concedido esta permissao para o Jockey Club Brasileiro, que havia sido inaugurado no ano anterior.

Os refletores foram inaugurados praticamente um ano depois, em 31 de marco de 1928, com a realizacao de um amistoso em que o Vasco venceu o Wanderers, do Uruguai, por 1 a 0, gol olimpico do ponta-esquerda Santana.

Na epoca da sua inauguracao, Sao Januario era o maior estadio da America do Sul e, ate' a inauguracao do Pacaembu em 1940, seria o maior do Brasil. Jogos da selecao brasileira foram regularmente realizados em Sao Januario ate' a inauguracao do Maracana em 1950, destacando-se a conquista do Campeonato Sul-Americano pelo Brasil em 1949. Ainda hoje, Sao Januario e' o maior e o melhor estadio de clubes do Rio de Janeiro. Seu recorde de publico e' de 40.209 pagantes, registrado na partida Vasco 0 x Londrina 2, em 19/2/78.

Alem de sua importancia esportiva, o estadio foi palco de diversos eventos marcantes da historia do Brasil, como comicios politicos e assembleias de sindicatos de trabalhadores. Foi durante um historico comicio de 1o. de maio em Sao Januario que o presidente Getulio Vargas anunciou as primeiras leis sociais do Brasil.

O primeiro grande time
O Vasco voltou a ser campeao carioca em 1929, apos uma sensacional decisao em melhor-de-tres contra o America. Depois de empates em 0 a 0 e 1 a 1, o Vasco conquistou o titulo com uma goleada de 5 a 0 sobre os rubros. O Vasco apresentou a sua primeira grande equipe, onde brilhavam varios jogadores da selecao brasileira, como o goleiro Jaguare', os zagueiros Brilhante e Italia, o centromedio Fausto, e os atacantes Pascoal e Russinho. Varios destes jogadores participaram da primeira Copa do Mundo no ano seguinte, no Uruguai, onde Fausto recebeu da imprensa uruguaia o apelido de "Maravilha Negra". Com o seu elegante estilo de matadas no peito, eximio controle de bola e passes longos, Fausto foi o primeiro de uma escola brasileira de jogadores classicos de meio-campo.
No ano seguinte, o Vasco chegou na reta final do campeonato na luta pelo titulo, mas este foi perdido num jogo contra o Sirio e Libanes, que tinha um zagueiro, Aragao, que era famoso por usar chapinha de aco no bico das chuteiras. Nesse dia, incentivado por um premio extra de 500 mil reis oferecido pelo Botafogo, interessado na derrota do Vasco, Aragao quebrou quase todo o time do Vasco, que perdeu o jogo e a chance de chegar ao bicampeonato.

O Vasco novamente deixou o escapar o titulo do campeonato em 1931, quando, com um ponto de vantagem sobre o America na ultima rodada, perdeu em Sao Januario para o Botafogo por 3 a 0. Simultaneamente, o America derrotou em seu campo o Bonsucesso por 3 a 1 e conquistou o titulo. Um fato curioso foi que, como nao existiam transmissoes esportivas pelo radio naquela epoca, os festejos por parte dos rubros so' comecaram muito depois do encerramento das partidas, quando os dirigentes ficaram sabendo da derrota do Vasco pelo telefone.

A primeira excursao a Europa
Em 1931, o Vasco tornou-se o primeiro clube carioca, e o segundo brasileiro, a realizar uma excursao `a Europa. Antes do Vasco, somente o Paulistano, que em 1925 havia cumprido uma vitoriosa temporada na Franca, com apenas uma derrota. O Vasco, reforcando a sua equipe com os jogadores Nilo, Carvalho Leite e Benedito, do Botafogo, e Fernando, do Fluminense, jogou 12 partidas em Portugal e na Espanha, de junho a agosto, tendo obtido 8 vitorias, 1 empate e 3 derrotas, com 45 gols pro' e 18 contra, resultados que beneficiaram a reputacao do futebol brasileiro. Jaguare' e Fausto, inclusive, encantaram os espanhois e foram imediatamente contratados pelo Barcelona. Fausto voltou ao Vasco pouco depois, mas Jaguare' prosseguiu na Espanha e depois na Franca, onde tornou-se idolo do Olimpique Marseille. Tristemente, ambos morreram na miseria, apos o fim de suas carreiras.
A cisao do futebol
Em 1933, houve em varios estados uma cisao entre a Confederacao Brasileira de Desportos, que advogava o amadorismo, e os clubes que desejavam a profissionalizacao do futebol. No Rio, todos os clubes grandes e medios se posicionaram contra a CBD, e formaram a Liga Carioca de Futebol, profissionalista, com excecao do campeao do ano anterior, o Botafogo, que permaneceu na AMEA.
Na LCF, o Vasco foi campeao em 34 com outro grande time, que contava com o goleiro Rei, o grande Domingos da Guia, Fausto, e a dupla de atacantes da selecao Leonidas e Gradim, contratados ao Bonsucesso. Domingos, que comecara no Bangu, havia jogado no Vasco em 32, saido em 33 para o Nacional de Montevideu e voltado ao Vasco em 34. Depois do campeonato, transferiu-se ao Boca Juniors, tendo alcancado o feito, muito comentado na epoca, de ter sido campeao em tres paises diferentes em pouco mais de um ano. Leonidas tornou-se um dos profissionais que foram contratados pela CBD, que praticava o amadorismo marrom, para participarem da Copa de 34. Na volta, Leonidas foi transferido ao Botafogo.

Aconteceu entao, em fins de 1934, uma briga entre Vasco e Flamengo, originada no remo. Por ocasiao da disputa de uma regata, o Flamengo protestou contra a classificacao de um pareo vencido pelo Vasco. Outros clubes, entre os quais o Fluminense, que, apesar de nao disputarem no remo, eram filiados a federacao de remo por esta tambem administrar a natacao, saltos ornamentais e polo aquatico, tomaram o partido do Flamengo. Os cartolas do Botafogo, aproveitando-se deste impasse, sugeriram aos cartolas do Vasco que recorressem a CBD. Assim, restou ao Vasco largar Flamengo, Fluminense e America e juntar-se ao Botafogo, formando uma nova liga em 1935, a Federacao Metropolitana de Desportos, sob os auspicios da CBD, que nessa altura ja' havia passado a aceitar o profissionalismo. Outros clubes seguiram o caminho do Vasco, entre eles Sao Cristovao e Bangu. Pela FMD, o Vasco foi o campeao de 36, quebrando a serie de quatro campeonatos consecutivos (em ligas diferentes) do Botafogo. A decisao, que adentrou pelo ano de 1937, foi numa melhor de tres contra o Madureira, tendo o Vasco vencido a ultima partida por 2 a 1, dois gols de Feitico.

A pacificacao do futebol carioca
Chegava-se finalmente a 1937 e a CBD era a virtual vencedora da guerra desportiva dos cinco anos. A Copa do Mundo da Italia se aproximava e a unificacao do futebol era imprescindivel. A pacificacao comecou pelo futebol carioca e partiu de uma feliz iniciativa dos presidentes do Vasco - Pedro Pereira Novaes - e do America - Pedro Magalhaes Correa. Em Sao Januario ainda hoje ha', ao lado da escadaria principal que da' acesso as sociais do Clube, uma placa comemorativa com o nome destes presidentes que contribuiram para a pacificacao do nosso futebol.
A fundacao da Liga de Football do Rio de Janeiro ocorreu na sede da Associacao dos Empregados do comercio, em 29 de julho, desaparecendo assim, pela fusao, a LCF e a FMD. Para comemoracao do historico evento, foi marcada para 31 de julho, em Sao Januario, uma partida entre Vasco e America, que passou a ser denominado "Classico da Paz". O Vasco venceu por 3 a 2, e renda bateu o recorde na cidade do Rio de Janeiro, mesmo com os associados dos dois clubes entrando sem pagar.

O acordo estendeu a pacificacao tambem ao ambito nacional, permanecendo a CBD como unica entidade e sendo extinta a FBF, que era a entidade rival. Com isso, a paz logo alcancou os demais estados brasileiros.

A Praga do Arubinha
Em meados do campeonato de 1937, o Vasco lutava pelas primeiras colocacoes e enfrentaria o Andarai' numa noite chuvosa. Por causa de um acidente de transito, a delegacao do Vasco chegou com um longo atraso ao estadio do Fluminense. Se o Andarai' quisesse, teria ganho os pontos, mas resolveu aguardar o adversario. O agradecimento foi uma impiedosa goleada de 12 a 0.
Segundo o folclore, na manha~ seguinte, Arubinha, o ponta-esquerda do Andarai', entrou de fininho em Sao Januario e enterrou no campo um sapo com a boca costurada, rogando uma praga de que o Vasco ficaria 12 anos sem ser campeao. O matreiro Arubinha sempre negou ter feito o que diziam, mas o fato e' que o Vasco passou a perder jogos inesperados e acabou a temporada em terceiro lugar, oito pontos atras do campeao, o Fluminense.

Outros craques vascainos da decada de 30
Alem dos craques ja' citados, como Fausto, Rei, Domingos da Guia, Italia e Leonidas, alguns dos outros grandes craques que vestiram a camisa cruzmaltina naqueles tempos iniciais do profissionalismo foram Feitico, famoso atacante paulista; Luis de Carvalho, um gaucho que, apesar de mais parecer um pugilista, era muito agil e veloz; Bahia, meia que chegou a jogar na selecao; e Niginho, artilheiro do campeonato em 37 e reserva da selecao que conquistou o terceiro lugar na Copa de 38. Depois veio o uruguaio Villadoniga, que apesar de leve e de jogar com chuteira de lona, tinha um chute potentissimo. O problema era o seu temperamento irritadico. Como na epoca havia o esdruxulo regulamento de que jogador expulso podia ser substituido, os adversarios - especialmente o Flamengo - comecavam os jogos com um jogador reserva para marcar Villadoniga com a missao especifica de provoca-lo. Ao fim de dez minutos, no maximo, ambos estavam expulsos, e enquanto o Vasco substituia o impetuoso gringo por um reserva, o adversario colocava o titular.
Nessa epoca, o Vasco tinha uma equipe com varios argentinos e uruguaios, entre os quais Figliola e Dacunto, que formavam com o centerhalf Zarzur uma linha media de muito prestigio. Conhecidos como os "Tres Mosqueteiros", faziam e desfaziam de tecnicos, escalando, barrando e ate' mesmo contratando e dispensando jogadores. Exerceram essa autoridade ate' o dia em que Ondino Viera assumiu o cargo de treinador, em substituicao ao gaucho Telemaco Frazao. Um dos primeiros atos de Ondino foi se livrar dos tres e recomecar do zero. Comecava uma era que merece um capitulo a parte.

A história do Vasco (Parte 1)

A fundacao do clube
Na virada do seculo XIX, o remo era o esporte soberano no Rio de Janeiro, a capital da republica. No dia 21 de agosto de 1898, um grupo de 62 rapazes, na sua maioria, imigrantes portugueses, reunido numa sala da Sociedade Dramatica Filhos de Talma, no bairro da Saude, decidiu fundar uma associacao dedicada a pratica do remo. A ata de fundacao comeca com as seguintes palavras historicas:

"Aos 21 dias do mes de agosto de 1898, as 2:30 horas da tarde, reunidos na sala do predio da Rua da Saude numero 293 os senhores constantes do livro de presencas, assumiu a presidencia o Sr. Gaspar de Castro e depois de convidar para ocuparem as cadeiras de secretarios os senhores Virgilio Carvalho do Amaral como 1o. e Henrique Ferreira como 2o., declarou que a presente reuniao tinha o fito de fundar-se nesta Capital da Republica dos Estados Unidos do Brasil, uma associacao com o titulo de Club de Regatas Vasco da Gama (...)"
A ata de fundacao prossegue relatando o procedimento adotado para eleger a primeira diretoria do clube. Terminada a apuracao, foi eleito para presidente o comerciante Francisco Goncalves do Couto Junior, com 41 votos. A sessao terminou as 3:45 da tarde.

Dois meses mais tarde, em 24 de outubro, foi enviado o pedido de filiacao a Uniao Fluminense de Regatas.

A escolha do nome, pavilhao e emblema
Inspirados pelas celebracoes do quarto centenario da descoberta do caminho maritimo para as Indias, os fundadores da nova agremiacao lhe deram o nome de Club de Regatas Vasco da Gama, para cujo pavilhao foi escolhido o fundo preto, representando os mares ignotos do Oriente; atravessado por uma faixa branca, inicialmente horizontal, mas logo mudada para diagonal, representando a rota desbravada pelo almirante portugues; com uma Cruz de Malta no centro, simbolo ostentado pelas caravelas portuguesas da epoca da epoca dos "descobrimentos".



Em 1903, foi adotado um emblema circular que exibia uma caravela com a Cruz de Malta, e na decada de 20 foi criado o escudo atual, onde a caravela aparece no centro do fundo negro cortado pela diagonal branca, com as iniciais CR e VG entrelacadas, respectivamente, acima e abaixo da faixa diagonal.

O primeiro uniforme usado pelos remadores vascainos ja' tinha a faixa diagonal, porem na direcao oposta a faixa do uniforme dos dias de hoje. A Cruz de Malta ficava no centro, e nao no lado esquerdo do peito, conforme mostra esta ilustracao publicada no Jornal do Brasil de 20 de maio de 1902.


O simbolismo da Cruz de Malta
A guisa de curiosidade, vale mencionar o duplo erro de interpretacao que foi cometido na adocao da Cruz de Malta como simbolo do Vasco: o primeiro, heraldico; o segundo, historico. Segundo os manuais de heraldica, a cruz escolhida para o emblema do Vasco e' na realidade chamada de Cruz Patée, ou Pátea, segundo algumas traducoes. A Cruz de Malta possui um formato diferente, no qual cada um dos quatro bracos da cruz e' bifurcado. Mas o fato e' que o Estatuto do Clube sempre utilizou esta designacao para o simbolo que representa o Vasco. Por outro lado, nem uma nem outra cruz nada tem a ver com Portugal e sua historia, e muito menos com o navegador Vasco da Gama. A cruz que as suas naus portavam, assim como todas as caravelas portuguesas, era na realidade a Cruz de Cristo, instituida pelo Rei D. Diniz no seculo XIV, e que era outorgada aos navegadores lusos em reconhecimento aos seus feitos no alem-mar.


As primeiras sedes
Os primeiros socios do clube utilizavam uma garagem de barcos localizada na Travessa Maia, uma passagem que unia a Rua Santa Luzia, que ficava na beira da praia do mesmo nome, ao Boqueirao do Passeio. Havia tambem uma sede social num sobrado na Rua da Saude, em frente ao Largo da Imperatriz.
Um ano depois da sua fundacao, o clube quase acabou quando, devido a uma polemica em torno de uma possivel transferencia da sede para a Praia de Botafogo, o seu primeiro presidente, Francisco Goncalves do Couto Junior, renunciou e fundou o C.R. Guanabara, levando consigo a maioria dos associados, porem retornou `a presidencia do Vasco em 1901, depois de sanadas todas as divergencias. O clube nao so' sobreviveu, como estava destinado a glorias que seus fundadores nem nos seus sonhos mais delirantes poderiam vislumbrar.

Em 1900, o Vasco transferiu-se para sua primeira sede propria, um barracao na Ilha das Moças, mantendo porem seu espaco na garagem de Santa Luzia. Mas as reformas urbanas pelas quais passou a cidade do Rio de Janeiro durante o governo Rodrigues Alves modificaram radicalmente a orla maritima. A Ilha das Moças foi aterrada para a construcao do atual Cais do Porto e, em 1903, a sede vascaina foi transferida para a Travessa Maia numero 13, junto da garagem de barcos. Ainda devido `a modificacao da orla, em 1905, o Vasco e outros clubes nauticos foram realojados numa area na Ponta do Calabouço, onde ate' hoje o clube possui uma sede nautica.

Criacao do setor de futebol
O inicio do seculo XX testemunhou, alem das vitorias obtidas no mar pelo Vasco :-), o surgimento de um novo esporte no Rio de Janeiro, importado da Inglaterra. Apesar de praticado principalmente por rapazes oriundos de familias abonadas, o football foi paulatinamente despertando o interesse da populacao em geral e sua pratica se disseminando, embora sem inicialmente ameacar a popularidade do remo.
Em 1913, desembarcou no Rio uma selecao de Lisboa, a convite do Botafogo FC, para a inauguracao do seu campo na Rua General Severiano. O evento motivou diversos membros da colonia portuguesa a se organizar para a pratica do esporte bretao e tres clubes de futebol foram fundados, todos porem de existencia efemera: O Centro Esportivo Portugues, o Lusitano Football Club e o Lusitania Sport Club. Este ultimo acabou por fundir-se ao Vasco, trazendo no processo o seu patrimonio, que consistia de uniformes, chuteiras e bolas de futebol e dando origem ao departamento de futebol do clube. Os entendimentos comecaram a 11 de novembro de 1915 concretizando-se a 26 do mesmo mes e ano. Assim, nao sem uma grande resistencia dos socios mais tradicionais, foi criado no Vasco o setor de futebol.

O uniforme
O uniforme do Lusitania SC era semelhante ao da selecao de Lisboa: Camisa preta com punhos e golas brancas e calcao branco. Apos a absorcao do Lusitania pelo Vasco, este uniforme foi mantido, com uma pequena alteracao, que foi a adicao da Cruz de Malta em substituicao a esfera armilar portuguesa no lado esquerdo do peito. O uniforme assim permaneceria ate' o inicio da decada de 40, quando a faixa diagonal branca usada desde o inicio pelas guarnicoes de remo foi incorporada. Data tambem dessa epoca o uniforme branco com a faixa diagonal negra.

A primeira partida oficial e o primeiro gol
Apos comecar a praticar o futebol no final de 1915, o Vasco nao perdeu tempo e filiou-se a Liga Metropolitana para participar da temporada de 1916, sendo integrado a terceira divisao. E realmente comecou por baixo: Na primeira partida oficial, uma derrota por 10 a 1 para o valoroso ;-) Paladino FC. Esta partida aconteceu no dia 3 de maio de 1916 no campo do Botafogo FC, na Rua Voluntarios da Patria. O gol de honra - o primeiro da historia do Vasco em partidas oficiais - foi marcado por Adao Antonio Brandao.
Praticamente desde que havia chegado ao Brasil, ainda rapazola, Adao defendia vitoriosamente o Vasco em varias modalidades esportivas, como o remo, natacao, polo aquatico e atletismo, e ainda por cima jogava futebol no Centro Esportivo Portugues. A partir da filiacao do Vasco `a Liga, Adao passou a defender o clube tambem no futebol e teve a justa honra de ter marcado o historico primeiro gol vascaino. Ainda hoje, ele e' considerado o maior atleta polivalente da historia do Vasco.

A primeira vitoria
Apesar da goleada contundente sofrida na estreia, os vascainos nao desanimaram. No mesmo ano de 1916, no dia 29 de outubro, o Vasco obteve a sua primeira vitoria no futebol, derrotando por 2 a 1 a equipe do River, no campo do Sao Cristovao. Os gols foram de Candido Almeida e Alberto Costa Junior. Uma vitoria que surgiu em condicoes especiais, pois o River so' pode contar com nove jogadores. Esta vitoria nao evitou, porem, a colocacao final do Vasco em ultimo lugar no campeonato. Pior que isso: foram os unicos pontos conquistados. Era obvio que a equipe precisava de mais do que apenas entusiasmo.
O verdadeiro clube do povo
Nos anos seguintes a estreia na terceira divisao, o nivel do time foi melhorando, gracas ao "atrevimento" de aceitar jogadores negros e mulatos. Apesar de ser basicamente um clube de colonia, o Vasco seguia a boa tradicao portuguesa da mistura, ao contrario dos tradicionais grandes clubes de futebol do Rio. Estes nao somente via de regra nao aceitavam individuos de cor em seus quadros sociais, como alguns chegavam ao extremo de admitir exclusivamente ingleses e seus descendentes - caso do Paysandu, campeao de 1912, e do Rio Cricket.
Ao contrario dos grandes clubes de futebol do Rio, desde a sua fundacao o Vasco esteve aberto a brasileiros de todas as origens e classes sociais, alem dos portugueses, tendo tido, inclusive, um presidente mulato ainda na epoca do remo, Candido Jose' de Araujo, em 1905-6.

O Lusitania havia sido um clube fechado, so' para portugueses, mas, ao ser absorvido pelo Vasco, foi a filosofia aberta deste que prevaleceu. Para reforcar a sua equipe de futebol, o Vasco ia recrutando sem discriminacao aqueles que se sobressaiam nas peladas de suburbio e nos clubes pequenos. Assim, enquanto os jogadores dos aristocraticos clubes grandes eram praticamente todos brancos ricos, a maioria academicos, os jogadores do Vasco eram de profissao humilde, sendo que alguns mal sabiam assinar o nome. Anos mais tarde, o clube chegaria ate' a contratar um professor de gramatica, satisfazendo uma exigencia da Liga - leia-se, dos clubes rivais, sempre a procura de pretextos para hostilizar o Vasco.

A ascensao a primeira divisao
Apesar do Vasco haver terminado a sua participacao na terceira divisao do campeonato de 1916 em ultimo lugar, passou `a segunda divisao do certame do ano seguinte, pois, devido a filiacao de novos clubes `a Liga Metropolitana, foi feita uma reformulacao, resultando no aumento do numero de clubes para dez em cada uma das tres divisoes. O Vasco permaneceu na segunda divisao ate' 1920. Para a temporada de 1921, houve nova modificacao na estrutura das divisoes. A primeira divisao foi dividida em duas series, com sete clubes em cada serie: A serie A com os sete primeiros colocados da primeira divisao de 1920, e a serie B com os tres ultimos colocados da primeira divisao mais os quatro primeiros colocados da segunda. Como o Vasco tinha alcancado o quarto lugar na segunda divisao, foi classificado para a serie B.
Finalmente, em 1922, o Vasco venceu as tres categorias da serie B - primeiro, segundo e terceiro quadros - proeza que deu ao Vasco a posse temporaria da rica Taca Constantino, instituida naquele ano pela firma Jose' Constante & Cia. Foi o primeiro trofeu conquistado pelo Vasco no futebol. O Vasco conquistaria a posse definitiva da Taca Constantino em 1924, quando acumulou a maior pontuacao nos campeonatos das tres categorias durante os tres anos em que a Taca foi disputada.

O titulo da categoria de primeiros quadros da serie B de 1922 deu ao Vasco o direito de disputar a promocao a serie A numa partida, chamada na epoca de "eliminatoria", contra o ultimo colocado da serie A, que tinha sido o Sao Cristovao. A partida terminou empatada e, como o regulamento nao previa uma partida desempate, a Liga decidiu aumentar o numero de participantes da serie A de sete para oito, evitando desta maneira o rebaixamento do Sao Cristovao e garantindo a participacao do Vasco no campeonato do ano seguinte, na companhia de, entre outros, Flamengo, Fluminense, Botafogo e o America, o "Campeao do Centenario".

O primeiro titulo e o inicio da rivalidade com o Flamengo
A principio, os clubes de elite nem ligaram para a entrada do Vasco na serie A em 1923. Que e' que podia fazer um clube de segunda divisao, cuja maioria dos jogadores residiam em alojamentos na Rua Morais e Silva, ao lado dum campinho de treinamento tao ruim que nem para jogos oficiais servia? Os portugueses do Vasco - assim pensavam os elitistas - que botassem no seu time quantos crioulos quisessem, mas tudo continuaria como sempre foi, com os brancos vencendo os campeonatos e os pretos nos seus lugares, nos clubes pequenos.
So' que o Vasco, gracas a um forte regime de treinamentos ministrado pelo tecnico uruguaio Ramon Platero, atravessou o primeiro turno sem perder um ponto sequer. E quanto mais vencia, mais os estadios se enchiam de gente que nunca tinha visto um jogo antes. O desprezo se transformava em inveja e as torcidas adversarias se uniam, a um so' tempo humilhadas por verem seus galantes "players" superados por um "team de negros" rumo ao titulo invicto e frustradas por perderem dinheiro em apostas semanais com portugueses. O Vasco era um fenomeno: Com seu time brasileirissimo, era acusado pelos adversarios filo-britanicos de ser um intruso estrangeiro, ou pelo menos portugues.

Com o Vasco ja' praticamente campeao, a questao era se alguem ia conseguir tirar a sua invencibilidade. A invencibilidade caiu finalmente em um dos ultimos jogos, contra o Flamengo, no que acabaria por ser a unica derrota da brilhante campanha. O encontro foi conturbado e os vascainos contestaram a estranha anulacao, por parte do arbitro Carlito Rocha, do Botafogo, do gol que seria o de empate. Terminada a partida, disputada no estadio do Fluminense, os torcedores do Flamengo, aos quais se juntaram os de outros clubes, sairam em passeata pelas ruas desde as Laranjeiras em direcao a Lapa, festejando como se tivessem ganho o campeonato. Pelo caminho, na Gloria, "enfeitaram" um busto de Pedro Alvares Cabral com um colar de resteas de cebola, e chegando na Lapa, concentraram-se em frente ao restaurante Capela, tradicional reduto vascaino, com um dos carros da procissao exibindo um tamanco de mais de dois metros, retirado da marquise de uma loja. Ai' o pau comeu, e assim comecou a rivalidade Vasco-Flamengo.

Fluminense 2 x 1 Vasco






Vasco perde para o Fluminense por 2x1 no Maracanã

Na noite deste domingo (23/03), o Vasco perdeu para o Fluminense por 2x1 no Maracanã pela 5ª rodada da Taça Rio. O gol vascaíno foi marcado por Edmundo. Com o resultado, a equipe cruzmaltina fica na 2ª posição do Grupo B com 12 pontos, com larga vantagem para o Friburguense, 3º colocado, com 7. O Botafogo lidera com 15 pontos.

O Vasco volta a campo na quinta-feira (27/03), quando enfrenta o América às 19h30 em São Januário.

O jogo

O primeiro tempo entre vascaínos e tricolores foi bastante movimentado e marcado pelos chutes de fora da área. Devido à boa marcação dos zagueiros as duas equipes tiveram dificuldade de penetrar na área. Aos 9 minutos, Beto fez bela jogada e tocou para Morais. O meia arriscou da entrada da área e Fernando Henrique espalmou com dificuldade. Aos 20, foi a vez de Edmundo testar o goleiro tricolor. Com um forte chute de fora da área, o atacante vascaíno obrigou Fernando Henrique a fazer grande defesa.

Em sua primeira finalização o Fluminense fez o único gol do primeiro tempo. Aos 23 minutos, Thiago Neves recebeu no lado direito e de pé esquerdo mandou no ângulo direito de Tiago. No minuto seguinte, o time das Laranjeiras quase ampliou. Washington rolou para Conca bater da entrada da área. A bola passou perto da trave esquerda de Tiago. O gol de empate vascaíno quase saiu aos 44 minutos e, dessa vez, em uma oportunidade dentro da área. Edmundo tocou para Alex Teixeira que se livrou de Thiago Silva mas foi atrapalhado pela saída de Fernando Henrique, que salvou o Flu.

O Vasco voltou do intervalo ensaiando uma pressão. Nos minutos iniciais do 2º tempo. o time de São Januário teve diversas oportunidades em bolas alçadas na área mas não obteve o êxito. O Fluminense, no entanto, não desperdiçou sua chance. Aos 14 minutos, Thiago Neves fez grande jogada na área e achou Washington, que não teve trabalho para marcar. Aos 23, Wagner Diniz entrou driblando na área e chutou de canhota. Fernando Henrique caiu no canto e fez a defesa. O gol do Vasco aconteceu já nos descontos. Wagner Diniz foi derrubado na área por Fabinho. Edmundo cobrou a penalidade e converteu, mas já era tarde para a virada.


Ficha técnica: Fluminense 2 x 1 Vasco
Local: Maracanã
Árbitro: Djalma José Beltrami Teixeira (RJ)
Assistentes: Jackson Lourenço Massara dos Santos (RJ) e Rodrigo Pereira Jóia (RJ)
Gols: Thiago Neves aos 23 minutos do 1º tempo; Washington aos 14 e Edmundo aos 48 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Thiago Silva e Júnior César (Fluminense); Wagner Diniz, Jonílson e Morais (Vasco).

FLUMINENSE
Fernando Henrique; Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto e Júnior César; Ygor, Arouca (Maurício), Conca e Thiago Neves (Tartá); Cícero e Washington (Fabinho). Técnico: Renato Gaúcho.

VASCO
Tiago; Wagner Diniz, Jorge Luiz, Eduardo Luiz e Calisto; Jonílson, Amaral (Alex Teixeira), Beto (Souza) e Morais; Edmundo e Alan Kardec (Jean). Técnico: Alfredo Sampaio.

Bragantino 2 x 2 Vasco






Vasco empata com o Bragantino em Bragança Paulista

Na noite desta quinta-feira (20/03), o Vasco empatou com o Bragantino em 2x2, em Bragança Paulista, na partida de ida da 2ª fase da Copa do Brasil. Os gols foram marcados por Eduardo Luiz e Alan Kardec. Com o resultado, o Gigante da Colina precisa de uma vitória simples no jogo de volta no dia 3 de abril em São Januário. O time vascaíno se classifica também com empates em 0x0 e 1x1.

Pelo Campeonato Carioca, o Vasco volta a campo neste domingo (23/03), às 18h10, para enfrentar o Fluminense no Maracanã.

O jogo

Vasco e Bragantino fizeram um primeiro tempo bastante movimentado em Bragança Paulista. Logo aos 4 minutos, Wagner Diniz levou o time carioca ao ataque pela primeira vez. O lateral fez boa jogada pela direita, mas o chute saiu pela linha de fundo. Em sua primeira oportunidade, a equipe paulista abriu o marcador. Moradei rolou para Bill tocar na saída de Tiago. O Gigante da Colina não se deu por vencido e partiu para o ataque. Dois minutos depois, Calisto escorou para Alan Kardec, mas a zaga paulista afastou o perigo.

Aos 16, depois de cruzamento na área, Eduardo Luiz cabeceou por cima. Dois minutos depois, o zagueirão não desperdiçou a chance. Calisto cobrou falta na área e Eduardo Luiz subiu e, de cabeça, empatou o jogo. O Vasco era melhor na partida e aos 25 minutos quase virou o placar. Morais tocou para Wagner Diniz, que cruzou rasteiro na área. Gléguer se antecipou e fez a defesa. Aos 28, Calisto tentou pela esquerda e Gléguer salvou o Bragantino mais uma vez. Aos 37, foi a vez do Braga atacar. Bill recebeu na área, limpou o zagueiro e chutou forte. Tiago salvou.

A equipe paulista voltou mais ofensiva para o 2º tempo. Aos 11 minutos, Zeziel recebeu livre na área e bateu. Jonílson entrou de carrinho, a bola passou por cima de Tiago e Jorge Luiz, em cima da linha, afastou. Dois minutos depois, Nei Santos bateu rasteiro e a bola saiu tirando tinta da trave direita. Aos 29, o Vasco foi ao ataque. Leandro Bomfim pegou firme da entrada da área e Gléguer encaixou. O time cruzmaltino chegou a virada aos 34 minutos. Calisto fez grande jogada pela esquerda e cruzou. Alan Kardec subiu bonito e marcou. O Bragantino chegou ao novo empate aos 41. Bill cruzou, Nunes dominou e girou para finalizar.


Ficha técnica: Bragantino 2 x 2 Vasco
Local: Marcelo Stéfani (Bragança Paulista)
Árbitro: Elmo Alves Cunha (GO)
Assistentes: José Amilton Pontarolo (PR) e Ildefonso Trombetta (PR)
Cartões amarelos: Tiago Vieira e Nunes (Bragantino), Leandro Bomfim, Jonílson, Vilson e Calisto (Vasco).
Gols: Bill aos 9 e Eduardo Luiz aos 18 minutos do 1º tempo; Alan Kardec aos 34 e Nunes aos 41 minutos do 2º tempo.

BRAGANTINO
Gléguer; Vanderlei, Tiago Vieira e César; Nei Santos, Moradei, André Gaspar (Didi), Zeziel (Leo) e Marcinho; Malaquias (Nunes) e Bill. Técnico: Marcelo Veiga.

VASCO
Tiago; Vílson, Jorge Luiz e Eduardo Luiz; Wagner Diniz (Luizão), Jonílson, Leandro Bomfim, Morais e Calisto; Jean (Alex Teixeira) e Alan Kardec. Alfredo Sampaio.